Berlenga. Não negue à partida uma ilha que desconhece.




Ando um bocadito preguiçosa para escrever no blog, confesso. Tenho andada atarefada e o tempo vai passando a voar. Esta escapadela já foi há algumas viagens atrás, nos feriados de Junho. Mas o atraso do "report" é proporcional ao prazer que este dia me proporcionou. Já andava há uns bons anitos a dizer de  mim para mim: "Um dia quero ir às Berlengas". Foi este ano. E gostei tanto, mas tanto, mas tanto, que dei por mim a perguntar "Mas como é que levei tantos anos a descobrir esta pérola?". O dia estava lindo de morrer, e quente, o que ajudou bastante. A natureza e o peixinho grelhado fizeram o resto.

Os bilhetes de ida e volta custam 18 euros, para adultos,
e 10 euros, para as crianças. Eu fui num pacote do Hotel Soleil
Peniche que já inclui o passeio.
Contei a um monte de amigos que tinha ido à Berlenga e só um é que não me perguntou se tinha enjoado no barco. Nadinha. Eu também já ouvi muita história, repleta de fluídos digestivos, devido às travessias desde Peniche. Mas isso era antigamente, antes dos novos barcos que, em vez de uma hora de viagem, demoram uns 20 minutinhos a fazer o percurso. No barco onde viajei, da companhia Viamar, ninguém chamou o senhor Gregório. Antes assim.

Os horários das partidas. Eu fui no das 11h.



Uma Pousada literalmente dentro de água! As reservas de quarto
 são feitas no posto de turismo de Peniche. 
Nesta ilha existe uma Pousada, um Restaurante, um Bar, um Parque de Campismo e algumas casinhas de pescadores para alugar. Tanto na pousada como nas casinhas de pescadores, alugam-se apenas as paredes e os estrados da cama. Há que levar colchões, roupa de cama e - importante- todos os víveres. A Pousada é mais fina e parece que também tem WC com águas correntes ... mas frias. Para espíritos aventureiros, portanto.
É ou não é apetitosa a cor desta águinha?
Aquela nesga de areia que vemos é uma mini-praia, a única o pé da Pousada,
acessível a nado ou de canoa (vi algumas nas proximidades).
Mas não faltam locais seguros de onde se pode mergulhar para o mar.

Ponte de acesso à Pousada da Berlenga.
Porta de entrada na Pousada da Berlenga. Não sei os preços
dos quartos, mas devem sem baratitos.
Aspecto do interior da Pousada de estilo "rústicó-minimalista".
A Pousada vista do alto de uma ravina. Uau...

Passear pela ilha da Berlenga é estar constantemente a tropeçar em gaivotas (sem exagerar!) e a afastar a cabeça para não chocar com uma das muitas que fazem voos rasantes em nosso redor. Simpatizei particularmente com esta que nem se mexeu com a minha presença. Provavelmente, estava a defender os seus ovinhos preciosos. O biólogo que me acompanhou na visita guiada à ilha contou-me que em tempos era vulgar os restaurantes de Peniche servirem ovos de gaivota e as pastelarias locais usarem-nos para fazer bolos. Fiquei curiosa. Se calhar é uma iguaria.

Deve ser bom ser gaivota nesta ilha.
A cor da água do mar é de um turquesa intenso Mas é, talvez, a água mais fria onde
já me banhei até hoje... Não sentia o corpo, mas banhei-me corajosamente
e sai a tempo de evitar a hipotermia.
O farol está rodeado de ninhos de gaivota.
A chinfrineira que fazem é impressionante. E a imundice...também.


A "movida Berlenguense" passa-se aqui. Do lado direito estão as antigas
casas de pescadores que se podem alugar. Um pouco mais abaixo, está
o Restaurante e o Bar e ao longe, no topo, fica o parque de campismo.
É ou não é uma vista inspiradora? Deve ser giro ficar aqui
numa noite quente de Verão. Mas convém  levar plásticos para proteger a tenda
da incontinência das gaivotas...
Este é o único restaurante da ilha e come-se maravilhosamente bem aqui.
Peixe e marisco, pois claro. Não admira que venham pessoas de longe
de propósito só para vir comer aqui. Aprovadissimo.



Quando regressei do passeio à Berlenga, ao final da tarde, havia várias famílias a embarcar com a malinha feita, colchões e sacos cama debaixo do braço, para o fim de semana. Fiquei a pensar que qualquer dia também vou. A ver se desta vez não passa uma vida inteira, entretanto. Porque valeu a pena. 

Quem quiser ficar a dormir na Berlenga pode ligar para o telefone que aparece na foto de cima, na carrinha. Eu fiquei no Hotel Soleil Peniche que, por sinal, superou as minhas expectativas. É um três estrelas que pode facilmente passar a quatro. Tem tudo para isso, bastam ligeiras melhorias. O Hotel tem piscina exterior, piscina interior aquecida (com um tamanho bastante acima da média), boa comida (jantei sempre no hotel), quartos confortáveis e espaçosos e zonas de estar simpáticas, inclusivé para crianças (esplanada, sala de TV e sala de jogos). E também aluga bicicletas. Ainda pedalei um pedaço até ao Baleal, provavelmente a praia mais bonita da região Oeste. E que tem água com uma temperatura perfeitamente decente.