Adrenalina ao rubro no voo para a Ilha do Príncipe

A STP tem 3 voos semanais para a Ilha do Príncipe que partem de manhã
e regressam a meio do dia. Eu fui numa terça e voltei numa quinta (arriscado
para quem regressa à sexta pela TAP), mas também há voos ao sábado.

Quando vi a avioneta que me iria transportar para a ilha do Príncipe ia-me dando um treco!!! A T, que ia comigo, estava fartinha de saber que íamos voar numa passarola. Mas teve a feliz ideia de não me descrever o avião, se é que lhe podemos dar este nome, e assim pude andar tranquila da vida, durante alguns meses, ignorando por completo a adrenalina que iria destilar de cada poro da pele no dia da partida... Já calculava que o avião fosse "pecanito", porque quando fui ao escritório da STP, na Avenida de Roma (Lisboa), para fazer a reserva, informaram-me que esta "coisa" só tem 15 lugares. Reservei os bilhetes com mais de dois meses de antecedência, já que a limitação de capacidade obriga a alguma cautela. E aliás, a ida ao Príncipe foi o verdadeiro motivo desta viagem, porque a minha cunhada viveu lá entre os 4 e os 5 anos de idade e esta viagem seria para ela um autêntico regresso às origens. Mas, enfim, depois do choque inicial, lá relaxei, sem ter que recorrer novamente ao meu amigo X (tradução: Xanax) . Pensei que o voo só iria durar 30 minutos (são 100 km de distância) e jurei a mim mesma que iria correr tudo bem. Mesmo depois de todas as histórias medonhas que fui ouvindo ao longo da estadia na cidade de São Tomé. A mais caricata de todas as histórias foi saber que ainda há poucos anos era preciso ir enxotar os porcos da pista antes do avião levantar...

O "jumbo" visto por dentro. 

"-O quê? Vocês vão para o Príncipe e regressam na véspera de voltarem para Lisboa? Não sei se voltam para casa tão cedo....". A quantidade de vezes que diferentes pessoas que fomos conhecendo nos disseram isto, foi verdadeiramente assustadora. "Quando fui ao Príncipe, o avião avariou e só pude regressar uma semana mais tarde do que estava previsto..."- disse uma portuguesa que vivia na casa da minha amiga. "Esses aviões não são muito seguros, lembro-me de um acidente há uns anos atrás em que morreu tida a gente, aqui mesmo na baía de Ana Chaves". - disse outro amigo que, aliás, só não ouviu uma resposta torta por ser amigo da minha amiga... Mas correu tudo bem,e sem atrasos. Ufff! E o Príncipe visto de lá de cima é uma coisa do outro mundo!

A Ilha do Príncipe tem cerca de 6 mil habitantes apenas.
A cor apetitosa da água em praias e praias desertas
A cidade, atravessada pelo Rio Papagaio.
A praia Banana chamou-me a atenção logo do avião,
ainda eu não sabia que era a praia Banana.  
O aeroporto da Ilha do Príncipe, o mais pequeno onde já aterrei até hoje.

Tivemos a oportunidade de comentar com imensas pessoas que iríamos passar três dias na Ilha do Príncipe. Pelas reacções, deu logo para perceber duas coisas. Quem nunca foi ao Príncipe, estava desejoso de o fazer (o preços dos bilhetes não é muito convidativo: entre 120 e 150 euros, ida e volta, para 25 a 30 min. de voo). E quem já foi (alguns de barco - a viagem dura umas 12 horas - outros de avião) não só amou, como adorava voltar. "É muito mais verde que São Tomé. E as pessoas são ainda mais simpáticas". disseram uns. "As praias são muito melhores e a natureza é mais exuberante", disseram outros. E logo no 1º dia, pudemos constatar que era tudo verdade!

2 comentários:

  1. Ao rever estas fotos renasce-me a vontade de um dia poder voltar a este paraíso.
    Chefiei este aeroporto nos anos 1973/1974 e passei muitas horas nesta Torre prestando os serviços de tráfego aéreo aos voos que naquela altua fazia a ligação entre as duas ilhas. Pena que as estruturas aeroportuárias não tenham sofrido alterações para melhor.
    Um abraço para o Neves (actual chefe do aeroporto do Príncipe)e meu ex-colega nos serviços comunicações aeronauticas de S. Tomé e Príncipe.
    Antonio Amorim

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    1. Como diz uma certa música, recordar é viver. Espero que um dia consiga regressar ao Príncipe. Deve ter mudado muito pouco ou mesmo nada desde a última vez que lá esteve.

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