Excursões com partida de Ao Nang (Krabi)


Quando se fala em fazer férias em Krabi na verdade as agências de viagens referem-se a Ao Nang, uma vila junto ao mar que fica uns 30 minutos de carro de Krabi e que é ponto de partida para inúmeros passeios de barco. Se dependesse de mim, não tinha ido para Ao Nang, teria ido explorar outra costa da Tailândia, mais próxima do Cambodja, onde o turismo de massas ainda não chegou. Estava fisgada em ir a Koh Chang ou Koh Mac. Mas a minha amiga S. morria se não fosse ver as ilhas Phi Phi e acabei por ceder à vontade dela porque a verdade é que também tinha alguma curiosidade. Mas depois arrependi-me.... Acredito seriamente que teria sido bem mais giro seguir o meu plano inicial, mas enfim, também gostei de algumas coisas. Outras odiei... Ao Nang é um local muito turístico, repleto de hotéís e lojas para todos os gostos e bolsas. Tem uma praia enorme com um enquadramento bonito e a ponta oeste da praia é bem sossegada porque fica longe da estrada. Bem lá na ponta, há imensos  macacos a tomar banho num riacho e no mar. É um espectáculo divertido de ver. Também há imensas zonas de massagens ao ar livre, com vista para o mar. Mas falta aquela água azulinha de babar. E para ver praias de postal, há que fazer passeios organizados. Como acabei por fazer todas as excursões de barco disponíveis ao longo da semana que passei em Ao Nang, aqui fica o balanço do que vale a pena fazer, do que podemos deixar de lado e, claro, como tirar o máximo partido de cada visita. Para que não repitam os mesmos erros que eu cometi...


Uma hora de massagem + manicure ou pedicure fica em 300
bath. O valor é negociável e inclui café, fruta, ou sumo natural.
A temperatura da água do mar é tão agradável que é impossível ter frio por
mais tempo que fiquemos de molho. Em baixo, o entardecer em Ao Nang.






KOH HONG 

O primeiro passeio que fizemos em Ao Nang foi à ilha de Koh Hong. Quando saímos do avião no aeroporto de Krabi, fomos abordados por um casal jovem brasileiro que, percebendo que íamos para a mesma vila, sugeriu partilhar um táxi (um táxi pequeno leva 600 bath até Ao Nang, um taxi grande leva 1000). Resultado, passamos as férias em Ao Nang quase sempre juntos com os brasucas. E o primeiro passeio que fizemos foi o melhor de todos! Porquê? Porque alugámos um barco só para nós, o que faz toda a diferença. Ficou um pouco mais caro, 3.500 bath pelo barco + almoço + entradas no parque  , mas em excursão iríamos ter menos tempo na ilha e apanhávamos sempre a hora de ponta, já que os barcos tendem a chegar e a partir às ilhas ao mesmo tempo. Aliás, se não decoramos o número do nosso barco, pode ser uma verdadeira aventura tentar regressar ao mesmo depois de "estacionarem" mais 50 iguais ao lado... Por isso, metam conversa com outras pessoas e, sempre que possível, aluguem um "long boat" para várias pessoas com um tripulante incluído. E não percam esta ilha que foi a mais bonita de todas as que visitei. Aliás, este foi o melhor dia destas férias na Tailândia.

A viagem de barco até Koh Hong demora 40 minutos.

No meu dia de anos, foi assim que agradeci as mensagens que recebi através do  facebook. 
Nem são precisos óculos para ver os peixinhos.
JAMES BOND ISLAND TOUR

Pagámos 800 baths por pessoa neste passeio com almoço incluído. Começámos por fazer 1h15 de carro até um cais onde apanhámos um barco que em 30 minutos nos levou à ilha. Esta excursão só não foi um barrete total porque este trajecto de barco para chegar à ilha é simplesmente soberbo, atravessando a Baía de Phang Nga, um parque natural de 400 quilómetros quadrados, situado no estreito de Malaca. Nunca fui ao Vietname mas havia pessoas no barco a comentar que a paisagem fazia lembrar muito Halong Bay: penhascos e rochedos imensos a irromper do mar, com formas curiosas e cobertos de vegetação. Mas a ilha do James Bond em si é de fugir a sete pés tal é quantidade de pessoas que se acotovelam para circular e fazer fotos. A ilha é minúscula e o rochedo que lhe deu fama não é nada do outro mundo. Para piorar, está transformada num shopping ao ar livre. Existe uma pequena praia na ilha mas água é barrenta e quente demais. Tomei banho e arrependi-me logo. Estivemos apenas 30 minutos na ilha e já foi muito. Depois, paramos num barco maior num local bem giro onde, quem pagou para tal (100 bath) pode fazer canoagem junto às rochas, atravessando túneis calcários. O almoço foi numa plataforma flutuante junto a uma ilha muçulmana com casas em palafitas. Comida razoável mas algo limitada nas doses. Depois fomos de autocarro até ao "Templo dos Macacos, dentro de uma gruta. Engraçado, mas nada que se compare às Caves Batu da Malásia. Para terminar, fomos tomar um banho de cascata. Mas para quem tinha ido aos Açores 5 meses antes, esta cascata foi uma anedota. Esta foi a única excursão de que me arrependi a sério de ter feito. Perdi um belo dia de praia.... Salvou-se o magnífico passeio de barco na Reserva de Phang Nga que vai ficar bem gravado no melhor disco rígido que existe: a memória.


Os barcos que nos levam à Ilha do James Bond




Ao fundo, os turistas que pagaram 100 bath puderam fazer canoagem
junto às escarpas durante cerca de 45 minutos.




A chegada à ilhaonde foram rodadas algumas cenas
do filme "The Man with the Golden Gun". Para ver aqui
A rocha mais fotografada da Baia de Phang Nga.
A ilha onde formos almoçar.



O Templo dos Macacos fica dentro de uma gruta





7 ISLANDS SUNSET TOUR

Pagámos 600 bath por este passeio com jantar incluído que começou na praia de Ao Nang às 16h00 e terminou perto das 21h00. É o único passeio de barco que começa a horas decentes, excelente para os noctívagos que não gostam de acordar às 7 da matina para começar um passeio de barco lá para as 8h30. Como o próprio nome indica, este passeio passa por 7 ilhas. Primeira paragem: Railay beach para apanhar mais turistas. Uma praia grande, só com acesso por mar. Devia ter ficado aqui uma noite se me tivessem avisado que na ponta da praia existia plâncton luminescente... Depois, fomos fazer snorkeling perto de Poda Island, onde a água tem umas cores incríveis! Passamos por mais umas ilhotas, fazemos razias a umas quantas escarpas e depois paramos para banhos e para jantar em Poda Island onde se assiste a um pôr do sol memorável. O jantar foi fraquito, um barbecue limitado na variedade e no tamanho das doses. No fim de comermos, já depois do sol baixar, a tripulação fez uma fogueira e esteve a entreter os turistas com malabarismos que envolviam fogo. Depois ainda ficámos mais um pedaço na ilha a ver o céu estrelado e antes de o barco nos trazer de volta fizemos uma última paragem perto de Railay beach, junto a uma gruta conhecida como "Phra Nang Cave". Foi aqui que vivi os 15 minutos mais incríveis desta viagem a nadar com plâncton luminescente, envolvida num halo de luz e pontinhos luminosos que reagiam aos meus movimentos na água, no meio da escuridão. Não entendo como é que não existem passeios nocturnos só para ter esta experiência. Foi top!

A praia de Ton Sai, um oásis de tranquilidade a 15 minutos a pé de Ao Nang
Railay beach

Parámos cerca de 40 minutos em Railay para tomar banho

Chicken island. O nome é óbvio.

Paragem para os mais aventureiros saltarem
de um penhasco para o mar







PHI PHI ISLAND TOUR

Deixei para o fim aquele que julguei que fosse o melhor passeio de todos. A coisa até começou bem. Parámos numa ilha linda, Bamboo Island, com a água mais transparente que vi ao longo de toda a viagem. Eu que adoro fazer snorkeling nem precisei de pôr os óculos, via-se tudo a olho nu. Fomos um dos primeiros barcos a chegar à ilha. Ainda estivemos uns 20 minutos tranquilos no banho, mas depois começam a chegar mais barcos. E mais barcos. E mais ainda. E somos empurrados para outras zonas porque o"parque de estacionamento" náutico torna-se enorme... Depois de uma hora de banhos, regressámos ao barco. Oops, onde é que ele estava mesmo? Bolas, porque é que não decorei o número da embarcação, agora parecem-me todos iguais.... Isto aconteceu-me. Depois de Poda Island, parámos na Viking Cave, uma treta que inventaram para encher chouriços... Uma gruta com uma pintura que tem, imagine, 400 anos! Uau...



Todas as ilhas que vistei durante uma semana tinham zonas de sombra,
casas de banho decentes e bar.
O caminho até chegar às ilhas Phi Phi é lindíssimo. Primeiro demos a volta a Phi Phi Don que não é habitada e tem uma lagoa lindíssima no meio, e parámos para fazer snorkeling durante 30 minutos. Mas a histeria da guia do nosso barco, que nos gritava instruções a toda hora sem parar  - "Não façam isto", "Não façam aquilo", "Façam assim", "Façam assado!" - começou a afectar os nosso ânimos. Só estando lá é que se percebe. Sentimo-nos autênticos carneiros. Até nos marcaram a todos com um autocolante amarelo para identificar o grupo... Pior é impossível. Tudo isto acabou por perturbar aquilo que poderia ter sido um dia lindo. Com outra guia e menos 500 pessoas por metro quadrado de areia, teria sido bem diferente.


Quem não aprecia snorkeling não vai gostar deste tour
onde paramos 4 ou 5 vezes em alto mar para ver a "fauna" local.



As Phi Phi têm tanto de beleza natural como de repelente. Os preços nos bares de praia são de fugir a sete pés. E a partir de uma certa hora a concentração de barcos no areal é tal que quase deixa de haver praia! Soube mais tarde pelos brasileiros que o truque é vir para aqui passar uns dias, evitando o horário 11h30 - 15h00. Antes ou depois desta hora, só quem pernoita na ilha é que desfruta da praia com tranquilidade. As fotos que mostro são todas tiradas ao longe ou de costas para multidão que estava no areal. É tudo uma questão de perspectiva... Que a paisagem é bonita, não dá para negar. Mas a praia é de fugir tal é o amontoado de turistas, principalmente chineses que competiam com a nossa guia em termos de histerismo... Tirei poucas fotos tal foi o desencanto. Tive saudades do meu Algarve neste dia. Parece um crime dizê-lo, mas é verdade.A melhor coisa do passeio às ilhas Phi Phi foram as paragens para snorkeling e o almoço buffet em Phi Phi Leh que foi bem servido, junto à praia. De resto, se soubesse como iria ser, ou não teria ido ou teria marcado  duas noites num hotel em Phi Phi Leh para desfrutar das praias sem multidões nem guias de megafone em riste. E isto passou-se durante a época média. No pico da estação, deve ser um paraíso....infernal!

ORFANATO DE ELEFANTES
No último dia que passei em Ao Nang ainda poderia ter ido visitar um orfanato de elefantes a 20 minutos do meu hotel e com entrada gratuita, mas já estava saturada de passeios e apeteceu-me aproveitar o último dia para dormir até tarde, fazer mais uma massagem (com preços médios de 6 euros a hora, nunca são demais), ir novamente a Ton Sai beach e comprar umas prendinhas para oferecer (adoro dar prendas aos amigos e família). Mas se quisesse ter ido, bastava o condutor de taxi ou tuk tuk saber que eu ia para a reserva de elefantes para cobrar logo 500 bath pelo trajecto, o que é estupidamente elevado para uma viagem tão curta. Mas se lhe dissermos que vamos fazer o trekking de elefante, e esta parte já é paga e custa 500 bath, os condutores baixam logo o valor da viagem para metade porque depois saca a outra metade em comissões por levar lá turistas, estão a ver o esquema? Numa excursão, o trekking de elefante fica a 500 bath incluindo o transporte com ar condicionado.  Ou seja, tudo nos empurra sempre para fazer as excursões. A não ser que já haja Uber em Ao Nang. Ora aí está uma coisa que vale a pena pesquisar, mas não me parece que exista...