Passeio no Lago Tonlé Sap (Cambodja)

Foi aqui que o nosso tuk tuk parou para pôr combustível
 Muito à frente estes postos de abastecimento.






Quando fazia o TPC da viagem ao Cambodja,  investiguei quais os passeios que poderia fazer nos arredores caso me apetecesse variar das ruínas de Angkor. Não há muitas alternativas além de ir ver mais ruínas que ficam mais distantes. Se não fosse tão longe, teria ido ver as ruínas de Beng Mealea que, pelas imagens que vi, não ficam nada atrás dos templos de Ta Prohm. Acabei por fazer o único passeio diferente que encontrei e ir até uma vila construída em palafitas para ver um pouco do Cambodja para lá da zona turística. Não sabia se iria gostar porque no TripAdvisor as opiniões dividem-se entre aqueles que acham que este passeio é uma treta e mais vale ficar de molho na piscina do hotel e aqueles que amaram a oportunidade de ver um pouco do estilo de vida dos locais que vivem de forma tão diferente da nossa. Felizmente, dei por bem gastos os 20 dólares deste passeio e passei a incluir-me na segunda categoria.

O caos de embarque. Éramos só nos, não havia mais turistas na área. Yes!
A abundância de água neste região foi fundamental para
o desenvolvimento da civilização que construiu Angkor. 
Nós no barquinho que nos transportou até a uma aldeia construída em palafitas
Uma família em mudanças. Esta casa está a ser puxada
por um barco para mudar de poiso. Quem está mal, muda-se!
Este templo fica numa pequena ilha a meio do lago e é aqui que muitos
 pescadores exercem rituais de purificação depois de uma pescaria.
Uma escola flutuante

O caminho para chegar a este gigantesco lago de água doce, o maior do sudeste asiático,  e que faz ligação com o rio Mekong, permite-nos ter uma noção real do tamanho de Siem Reap. Se junto ao centro, onde me instalei, abundam as pousadas de pequena e média dimensão, assim que nos afastamos dele atravessamos uma zona moderna de avenidas bem largas onde se encontram imensos resorts e hotéis enormes de cadeias internacionais. Depois a paisagem vai mudando até se tornar totalmente rural. E aqui sim, sentimo-nos no Cambodja. Não há mais turistas, além de nós, e todos nos observam com muita curiosidade mas sempre com um sorriso rasgado.


Existem 149 espécies de peixe nestas águas. É um ecossistema riquíssimo.
O maior peixe destas águas, "cat fish", pode chegar aos 3 m de comprimento!


Mais do que um lago, o Tonlé Sap é a "dispensa", o "frigorífico", o "sistema de rega" e o "ganha pão" de muita gente. A água do lago serve para beber, cozinhar, manter viveiros de peixes debaixo de casa, literalmente (!) e, claro, para pescar peixe, caranguejos, cobras de água, lagartos, apanhar algas e ainda para regar campos agrícolas  nos seus arredores. E tudo se aproveita nos peixes que são aqui pescados. As cabeças, depois de secas ao sol, são usadas para fazer fertilizantes agrícolas e a gordura é usada para fazer sabão. A população é budista pelo que revela preocupações morais no que toca a acabar com a vida de outros seres vivos e, como tal, a pesca é encarada como algo estritamente necessário para ter o que comer. Os peixes não são mortos pelos pescadores, eles preferem aguardar que o peixe morra por si, depois de puxado para fora de água. E se ocasionalmente se pesca mais do que necessário é apenas para conseguir algum dinheiro para fazer face a imprevistos de saúde. Tudo o resto é feito com base em trocas. No final da pesca, muitos pescadores dirigem-se a templos para minimizar a sua culpa e purificarem-se, gratos por terem alimento.



Por mais 5 dólares, dei uma vota pela aldeia
na canoa deste senhor.









Para terminar em beleza, assistimos ao pôr do sol na aldeia e voltámos a encontrar o nosso guia que nos aguardava com o seu tuk tuk, já com os ingredientes para o seu jantar na mão: um monte de cobras de água doce... "Querem comprar?" perguntou-nos sorridente.   "Nããããõ!, respondemos em coro. Mas ninguém dispensou a foto da praxe.

O lago Tonlé Sap é o maior viveiro de cobras de água
doce do mundo.

Cambodja: Templo de Bayon e Ta Prohm

Duas crianças que andavam a deambular pelo templo de Bayon

Um dos 216 rostos de Buda

O "trânsito" na estrada que passa o lado do tempo de Bayon
Ainda há para qui muito trabalhando de arqueologia e reconstrução para fazer.

Fui visitar os templos de Bayon (em cima) e Ta Prohm (e baixo) depois do bafo quente que se faz sentir a meio do dia, já rondavam as 14h30. Havia muito menos pessoas do que em Angkor Watt e, talvez por isso mesmo, gostei mais deste monumentos. Ainda visitei um outro que estava literalmente às moscas, era só eu e a S. no recinto, mas não me recordo do nome porque eles são ais que muitos. Há tantos mas tantos templos que é fácil começar a tocar os nomes. Mas é fácil recorrestes dois de aqui falo. Construído no final do séc. XII, durante o reinado de Jayavarman VII, o templo de Bayon fica no centro da antiga cidade Angkor Thom e contém 54 torres e mais de 200 faces de Buda o que lhe dá um look completamente diferente dos outros que o rodeiam. O templo de Ta Prohm serviu de mosteiro e universidade budista mas foi parcialmente destruído depois do rei Jyavarman adotar religião hindu. No séc. XV o complexo de templos foi abandonado e as razões das árvores abraçaram alguns dos edifícios. quando, no séc. XIX, os franceses aqui chegaram e descobriram este templo, gostaram tanto do efeito das raízes a envolver a pedra que decidiram deixá-las assim mesmo. Algumas arvores tiveram mesmo de ser cortadas para abrir caminho, mas muitas das raízes ficaram precisamente para manter o aspeto de ruína abandonada. O efeito é incrível!



Sim, sou eu ali encostada à arvore gigantona.









Raízes que servem de baloiço