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A vista para a ilha do Pico é impressionante! |
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Tantas histórias de tanta gente de tantos lugares do mundo.
Este é o 3º Porto da Europa que recebe mais embarcações de recreio
e o 4º do Mundo.
Foi mesmo uma visita relâmpago. Apenas uma tarde e um dia inteiro nesta ilha. Soube-me a pouco, até porque estava calor e nem houve tempo para ir a banhos na maravilhosa praia de Porto Pim ou nas piscinas naturais. Ainda assim, consegui ver o principal: a marina repleta de pinturas feitas por tripulantes de embarcações de todo o mundo (uma tradição que consta dar boa sorte). Andei mais de duas horas sózinha a ver estas pinturas que incluem sempre o nome da embarcação, país de origem e ano e que atracaram no Faial. Também fui espreitar o famoso bar Peter's, cujo dono é uma simpatia e prepara gins que ficaram famosos, alguns dos quais usando as frutas da ilha: gin com ananás ou gin com maracujá. O Peter é de tal modo uma figura emblemática da ilha que tem uma rua com o nome dele onde, aliás, uma boa parte dos negócios desta rua lhe pertencem: café, lojas e agência de passeios para ir ver baleias e golfinhos.
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O "Peter Café Sport", na rua em frente à Marina.
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Convento de São Francisco (1522) |
Baía de Porto Pim
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A praia de Porto Pim
Praia de Almoxarife. Almocei muito bem no Restaurante Minimar,
colado a esta praia. |
Amei a cratera vulcânica com 8 kms de diâmetro, provavelmente a paisagem mais incrível que vi nas 3 ilhas que visitei. E claro, também visitei o centro interpretativo do Vulcão dos Capelinhos que me deixou de queixo caído dada a qualidade interactiva deste Museu onde podemos saber tanto sobre este vulcão e ler tantas histórias de testemunhas que ficaram (houve quem ficasse a viver na ilha durante os meses todos que durou a erupção) e que partiram (muitos aproveitaram as facilidades dadas pelos EUA e Canadá para emigrar). E, claro, nenhuma visita ao Faial ficaria completa sem um passeio para ir ver as baleias. Fui, vi e, se não fosse tão caro, teria também feito o tour para nadar com golfinhos em alto mar, uma experiência que dizem ser memorável e parece que são poucos os locais do mundo onde se pode nadar com golfinhos selvagens. O Faial é sem dúvida uma ilha para repetir, até porque serve de base para visitar Pico (existe rivalidade entre as duas ilhas mas uma não vive sem a outra) e do Pico podemos ir facilmente a São Jorge. Dizem que esta última e as Flores são as ilha mais bonitas do arquipélago. Um dia, vou ter de confirmar.
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O farol da ponta dos Capelinhos. |
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O contraste entre a parte nova da ilha (pós erupção) e a parte
que já existia é bem visível a olho nu. |
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Foto panorâmica da cratera de vulcão com 8 kms de diâmetro. Existem vários trilhos para fazer caminhadas de 3 a 5 horas em redor desta cratera.
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Os Capelinhos foram outra boa surpresa. Eu adoro vulcões, por isso já sabia que ia gostar da paisagem lunar mas estava a milhas de imaginar que o
Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos fosse tão bom, merecendo cada cêntimo dos 10 euros que custa o bilhete. Tem uma exposição excelente com depoimentos de habitantes e vulcanólogos, muitas histórias de quem ficou e de quem partiu, um vídeo sobre o vulcão, hologramas, um apanhado de notícias sobre as erupções, fotos magníficas e a vista incrível do topo do farol onde é bem visível a parte nova da ilha, já que o farol antes estava na ponta. Foi a 27 de Setembro de 1957 que este vulcão começou a cuspir fogo, pedras e lava sem parar, durante 13 meses! E enquanto alguns habitantes fugiram, emigrando para os EUA e Canadá (estes países facilitaram a entrada de açoreanos devido ao vulcão), houve quem ficasse de pedra e cal, recusando-se a abandonar a sua casa. Há relatos de todas estas pessoas ao longo da exposição. E muitas delas afirmam mesmo que esta erupção foi a melhor coisa que aconteceu no Faial já que colocou a ilha nas bocas do mundo e atraiu vulcanólogos de várias nacionalidades e inúmeros turistas, indiferentes aos muitos tremores de terra que se seguiram durante meses a fio. Era mesmo eu que ficava a viver em cima de uma bomba relógio...
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Um bunker da Segunda Guerra Mundial no monte do
miradouro da Sra. da Guia. |
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Fábrica da Baleia, uma das principais atracções do Faial, na subida para
o Miradouro da Senhora da Guia
Vista do céu, esta cratera tem a forma perfeita de um coração.
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Nunca vi tanta a gente pescar tanto peixe em tão pouco tempo.
E mesmo ao lado, uma piscina natural com vista para o vulcão. |
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O peixe no mercado do Faial. Baratíssimo! |
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Isto é uma dose para dois...Dá para quatro à vntade. |
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Um livro repleto de histórias curiosas. |
A despedida do Faial não poderia ter sido melhor, terminando com um jantar soberbo num novo restaurante, o
Guernica, propriedade do Sr. Genuíno, na baía de Porto Pim. Assim que me sentei à mesa reparei que a sala de refeições estava cheia de artesanato, camisolas e postais de todo o Mundo, o que me deixou intrigada por ser um restaurante novo. Tive de perguntar ao empregado que me serviu qual o motivo daquela decoração. Fiquei a saber que o dono, o Sr. Genuíno, já deu duas vezes a volta ao mundo num veleiro. E sempre sózinho. Uma história fascinante de determinação e coragem. Trata-se do único velejador português a conquistar este feito por duas vezes e o 10º do Mundo a fazer esta viagem, dobrando o cabo Horn do Atlântico para o Pacífico. É claro que quando o próprio do Genuíno veio à nossa mesa perguntar se estávamos a gostar do melhor arroz de marisco que já comi até hoje (uma dose de 25 euros que dava para 4 pessoas, sobrou imenso...), foi bombardeado com perguntas a torto e a direito... Nunca tinha falado com ninguém tão viajado e fiz questão de lhe perguntar montes de coisas. Ele foi bem simpático e respondeu a tudo. Quais os locais que mais gostou de visitar? As ilhas Marquesas, onde viveu Gauguin, um dos seus pintores preferidos, e Jacques Brel, que teve oportunidade de conhecer pessoalmente. E destacou também a Ilha da Páscoa. As histórias mais marcantes estão todas no livro de capa dura que vende no restaurante (folheei e gostei) e ainda vende CD's com as músicas que o acompanharam nas viagens. Ou seja, é um ex-pescador, agora mestre de hotelaria e com veia de marketeer. Lindo!
Para finalizar o relato sobre o Faial, tenho de destacar a rivalidade entre esta ilha e a ilha do Pico. Estas duas ilhas têm uma relação de amor-ódio. E como Pico não há hospital, os faielenses fazem troça dos seus rivais porque têm de ir nascer no território do "inimigo". No Pico também não há cidades nem porto marítimo e os habitantes fazem troça dos do Faial porque dizem que a vista mais bonita que os faielenses têm na ilha deles...é a do vulcão do Pico. Por outro lado, este mesmo vulcão é muito útil aos faielenses para fazer previsões meteorológicas. Pela forma como as núvens, ou a sua ausência, contornam o vulcão, mais abaixo ou mais acima, em maior ou menor densidade, sabem se vai chover ou não e se vai estar mais ou menos calor. É curiosa esta ligação entre as duas ilhas. E apesar de tudo, conheci alguns locais no Faial que me falaram maravilhas das festas, da comida, das praias, piscinas naturais e do vinho da ilha do Pico. Vou ter de lá ir um dia para confirmar.
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