O meu "hotel": o edifício da Santa Casa da Misericórdia da ilha do Príncipe. Telefone local: 00239 9906559. |
A entrada para um dos quatro quartos que se pode alugar por 15 euros a noite |
O quarto era limpo e com uma decoração simples mas agradável. Para quê ter ar condicionado se a energia é cortada em todo (!) o lado entre as 0h00 e as 8h00 e as 15h00 e as 17h00? |
Uns dois meses antes da viagem, e porque adoro fazer o TPC antes de ir viajar (dá quase tanto gozo como a viagem em si), comecei a pesquisar locais onde pudesse ficar a dormir na ilha do Príncipe. Depois de algumas consultas na net, lá percebi que em termos de dormidas a ilha do Príncipe é 8 ou 80. Existem apenas três pensões na "cidade" de Santo António - a Pensão Palhota (que tem fama de ser a melhor solução logo a seguir ao resort de luxo, cobra 70 euros por noite em quarto duplo e não faz jus ao nome "palhota"), a Pensão Arca de Noé e a Residencial D&D - existem também uma ou duas roças isoladas que alugam quartos ( Roça Abade e Roça Ponta do Sol) e depois, extremo dos extremos, o Bom Bom Island Resort, um eco-resort de luxo com preços de 170 euros por pessoa e por noite....Upa, upa, puxadote! Está bem que inclui pensão completa e praias privativas, mas ainda assim é um preço muito elevado tendo em conta que na ilha todas as praias estão desertas, e quando à meia-noite a energia é cortada, é cortada para todos! Ou seja, de nada serve ter ar condicionado se à hora de ir para a cama a energia vai-se e só regressa às 5 da manhã..... Acabei por optar por uma solução ainda melhor- A minha amiga T, tinha um amigo a viver no Príncipe e ele disse-lhe que a Santa Casa alugava quartos por 15 euros e ficava no centro da vila. E assim foi, passámos duas noites na Santa Casa num quarto agradável, limpo, com mosquiteiro e ventoínha. Como só estávamos nós nos quartos, tinhamos as 2 casas de banho por nossa conta. E o duche de água fria até sabia bem, apesar de estar um calor bastante suportável na ilha em Dezembro, tanto de dia como de noite. Enfim, "back to basics". E se querem saber, não me custou nadinha prescindir de algum conforto durante dois dias. Voltava a dormir aqui sem qualquer problema. Além de ser limpo, barato e central, apresenta até a grande vantagem de, durante os finais de tarde, ter classes de danças africanas com crianças e adolescentes da ilha. Assisti a vários shows, refasteladinha num cadeirão, depois de um duche revigorante.
A entrada para a Residencial D&D |
A ponte que liga a ilha do Príncipe ao ilhéu Bom Bom |
O Bom Bom Island Resort (na foto de cima) tinha apenas duas hóspedes na altura em que o visitei (telefonei no dia anterior a pedir para lá ir passar uma manhã inteira e simpaticamente disseram logo que sim). Mas já estava lotado para o fim de ano. Aliás, disseram-nos, durante a nossa estadia na ilha, que só estavam 6 turistas no Príncipe, já a contar connosco! Nunca tinha estado num sítio tão recôndito e tão pouco turístico! Eramos só nós as duas, mais duas tugas que estavam no Bom Bom e que viemos a conhecer mais tarde (vale a pena ir num pacote para o bom Bom, fica mais barato) e um casal de alemães. Daqui a alguns anos, talvez as coisas sejam diferentes. O dono do Bom Bom, um sul-africano que não tem nada de pobre, já negociou a concessão de várias roças e promete investir no turismo ecológico durante os próximos três anos. A população está desejosa de ter mais turistas na ilha até porque isso implica a construção de um hospital, a melhoria do aeroporto e mais ligações para a ilha de São Tomé. E. quem sabe, talvez o barco comercial que pode levar 300 passageiros deixe de transportar apenas mercadoria.