Quem disse que Bangkok é a Veneza do Leste?



 Chovia a potes quando fui fazer este passeio pelos canais de Bangkok (khlongs), mas foi melhor do que estar parada em parte incerta a aguardar que a chuva parasse. Não me lembro onde foi que apanhei o barco, mas lembro-me que há vários locais junto à zona antiga da cidade de onde partem barcos para fazer estes passeios. Depois de alguns minutos a baixar o preço de 900 baths para 500 bath (uma hora de passeio), lá entrei na embarcação. Vi muitas casas em palafitas e percebi como vive uma boa parte da população nesta cidade onde existem milhentos canais.

Os barcos andam devagar para não perturbar os habitantes


O que me impressionou mais por aperceber-me de como a água está imunda. Não chega a cheirar mal, mas deve andar lá perto porque há de tudo a boiar e em certos locais criam-se verdadeiras ilhas de lixo. Mas abstraindo-me disto, gostei de passar por várias pontes e templos e de ver como as pessoas arranjam as casas (conseguimos olhar para dentro de muitas delas), como quase todas penduram a roupa toda no exterior, como fazem do quintal a sua cozinha, como arranjam os altares no meio do quintal e, o melhor de tudo, adorei ver os lagartões king size que nadam nos canais. Alguns são enormes e nem quero imaginar como será ter um bichano destes a entrar pela casa dentro à procura de comida....
Para saber a história dos canais de Bangkok, recomendo esta página da BBC
A chuva não afugenta os vendedores
Algumas casas parece que vão desabar a qualquer momento
Reparem bem no tamanho do lagarto, quase dois metros de comprimento...

E agora gostava de saber por que motivo chamam a Bangkok a Veneza asiática... Parece que a origem desta designação remonta ao séc. XIX quando havia mais canais do que aqueles que existem hoje em dia e talvez nessa altura as casas estivessem em melhor estado e água do rio mais limpa, não sei. É que em termos de beleza, Veneza é insuperável, embora no Verão os canais cheirem frequentemente a esgoto e haja mosquitos por todo o lado. Mas não há sequer comparação. Ainda assim, acho que este passeio é interessante mas não se tiverem tempo para o fazer, não perdem grande coisa. Ainda fiz outro passeio pelos canais de Bangkok noutra quase nos limites da cidade, mas com o intuito de ir espreitar um mercado à beira de um cais e um mercado flutuante pouco turístico. E esse sim, valeu muito a pena!

Como quase fui enganada no primeiro dia em Bangkok...

Parece um carrossel infantil mas são estátuas numa rotunda


O Palácio Real começou a ser construído em 1782 e foi, durante 150 anos, a
residência oficial da família real da Tailândia

Primeira manhã em Bangkok. Depois de tomar o pequeno-almoço, rodámos os calcanhares e lá fomos a pé para o Palácio Real, numa caminhada de cerca de 20 minutos ao longo da qual atravessámos inúmeros templos. Já perto do Palácio Real, depois de passar a rotunda dos elefantes fofinhos (ver foto acima), começámos a ser abordados por condutores de tuk tuks e "supostos" guias turísticos que nos diziam que o Palácio Real estava fechado naquele dia devido a um evento qualquer e, como tal, seria melhor ir visitar outras atracções. É claro que todas estas pessoas se ofereciam para nos levar a estes locais, passando primeiro numas quantas lojas de artesanato e pedras semi-preciosas....pois sim.. Não sabia se havia de acreditar neles mas, como sou desconfiada por natureza (às vezes dá um jeito do caraças) e estava a poucos minutos do palácio, decidi ir lá confirmar e, surpresa das surpresas, estava aberto! Mais tarde, descobri na net este link fantástico sobre os 10 truques mais usados para enganar turistas em Bangkok. E qual é o primeiro de todos? "O Palácio Real hoje está fechado!"



O Palácio Real abre às 8h00 e encerra às 15h30.

Depois de pagar 500 bath pelo bilhete de entrada no recinto do Palácio Real, passámos o resto da manhã a explorar os muitos edifícios que compõem esta imensa atracção, a mais visitada em toda a cidade. Já tinha sido avisada por amigos que aqui estiveram e por tal vim vestida de forma decente (não deixam entrar pessoas com ombros, pernas ou pés à mostra). Mas os mais distraídos podem ser encaminhados para uma sala, antes de entrar, onde lhes emprestam túnicas para se cobrirem. 


Foi disto que mais gostei, dos mosaicos ornamentais. Lindos!







Passei muito tempo a observar a misturada de pessoas (turistas, tailandeses, seguranças do espaço e monges budistas) e a fotografar detalhes como pequenas estátuas, mosaicos, janelas, plantas, e não dei pelo tempo passar. Mas voaram quase 3 horas entre a entrada e a saída no palácio. Não vi o Buda Esmeralda, uma das atracções do palácio, talvez a principal, porque a sala estava a ser usada para uma cerimónia.





Depois de visitar o Palácio e de almoçar por ali perto num restaurante muito agradável, com ar condicionado e de onde não apetecia sair, fomos fazer um passeio de barco pelos canais da cidade. Qualquer semelhança com Veneza é pura coincidência...