Um dia no Lago di Garda

Um dos ferry boats que faz ligações entre as margens do lago.
Riva del Garda

Apanhei um dia de Outubro com 27 graus, com várias pessoas a banhos.

Um dos veleiros que faz passeios de um dia no Lago di Garda
Ao longe, a vila de Malcesine com o seu castelo medieval. Quem quiser,
 pode apanhar aqui um teleférico que nos conduz ao Monte Baldo (1745 m). 

O Lago di Garda é o maior Lago de Itália e é também o mais visitado. Tem 51 km de comprimento e 17 de largura. Para o contornar de carro é preciso percorrer 158 km. Uma parte do Lago pertence à Lombardia e outra parte pertence ao Veneto. Não fica pois muito distante de Milão ou de Veneza, mas as cidades mais próximas são Brescia e Verona. Optei por fazer a estrada da margem esquerda de quem faz o sentido Bolzano/Verona. Se tivesse mais tempo, teria mesmo feito um dos cruzeiros de um dia.Deste modo, não fui ver Limone, na outra costa, mas fui a Riva del Garda, a Malcezine, a Torri del Benaco, a Garda, a Bardolino (vila termal), a Lazise, a Peschiera, a Sirmione e a Saló. Destas todas, a mais espectacular é sem dúvida Sirmione que fica numa pequena península e tem um castelo medieval imponente, o Rocca Scaligera.


Em cima, o castelo de Torri del Benaco. Em baixo, a Marina junto à rua principal.


Outra perspectiva do castelo de Torri del Benaco

Esta vila que retratamuito bem todas as outras já que são todas muito idênticas.
Quase todas têm um castelo, uma marina, umpasseio à beira-mar repleto de esplanadas,
lojinhas de artesanato e de produtos gourmet e um monte... de gelatarias...









Apanhei um dia com 27 graus pelo que andavam muitas pessoas a banhos. Até estava equipada com biquini e toalha, pelo sim pelo sim. Mas a verdade é que a água não é muito apetecível… Se estivessem mais 5 graus ainda pensava no assunto. Mas anda por cima o termo de comparação dos últimos banhos que tinha tomado era a praia de Akumal, com água azulinha e cristalina, o que não ajudou nada  como incentivo, mesmo sendo um dia calmo com pouca gente. Se fosse fim de semana, todas estas vilas em redor do lago estariam apinhadinhas de gente a gritar “Mamma!!” para aqui e acolá, a chapinhar no lago, a fazer jogging, a andar de bicicleta, a fazer canoagem, windsurf, passeios de barco... Mas felizmente era segunda-feira, havia apenas uma pequena amostra de tudo isto e havia lugares à farta para estacionar. Porque a avaliar pela quantidade de hotéis, restaurantes e esplanadas, isto ao fim de semana deve ser um pequeno inferno… 


A entrada para a vila muralhada de Lazise







E agora seguem-se imagens da vila que mais me encheu as medidas: Sirmione, a meio da extremidade sul do lago, numa pequena peninsula. Já só a vi ao final do dia, cheguei quando o sol se estava a pôr e sai já de noite. O castelo é "fabulástico" e só para o ver valeu a pena a visita.







Junto ao posto de turismo de Sirmione existe este placard que comunica
em tempo real a lotação dos hotéis. Brilhante!


Terminei o meu tour do Lago di Garda em Saló (imagens mais abaixo), onde em1943 Mussolini fundou a República de Saló. O M. até me esfolava viva se não fossemos dar uma espreitadela a esta vila histórica. E eu fui, claro, que nisto de viajar a dois há que saber fazer cedências de parte a parte. Fui, levei uma esfrega de História e adorei. 







Mais castelos e abadias da região de Trentino -Alto Ádige




Até do aeroporto de Bolzano se avistam castelos...


Não me perguntem os nomes destes edifícios medievais porque não sei. A uma certa altura deixei de apontar os nomes dos castelos e das abadias porque eram tantos, mas tantos que me rendi à inércia e passei, simplesmente, a contemplá-los sem a preocupação de saber a sua história. Nunca tinha estado numa região com tantos castelos. Acho que supera o Vale do Loire (França) em quantidade. Mas em beleza, os castelos do Loire são, até agora, os mais bonitos que já vi. Lembro-me dos nomes deles todos, e já lá vão uns 16 anos... Gostava de perceber este meu fascínio pela época medieval. Dêem-me ma vila antiga com casinhas de pedra, ruelas estreitas, igrejas, restaurantes, recantos com esplanadas e mercadinhos de rua e fico feliz da vida. Freud é capaz de ter uma explicação...

Visita à fábrica de bolachas da Loacker na Áustria.




A fábrica da Loacker tem grandes janelões em vidro de onde se avistam
prados, montanhas e este Castelo altaneiro em pleno Vale de Villgratental.
Mais sobre este castelo aqui

Quem viaja para a região de Trentino /Alto Ádige pode fazer várias visitas para ficar a saber a mais sobre os produtos da região, quer sejam comestíveis ou não. Existe a fábrica dos célebres sobretudos de lã da Loden, existem várias queijarias e leitarias de portas abertas e existe a fábrica da Loacker, já na Áustria, em Heinfels.  Do Hotel Cristallo até aqui levei apenas 15 minutos de carro, já que Hansfel fica quase colada à fronteira. A fábrica da Loacker não está aberta ao público. Pode-se apenas visitar a loja e uma exposição sobre a marca. Mas no meu caso, graças às minhas "connections", tive direito a algo raro a que só os convidados especiais têm acesso: vi o processo de fabrico das bolachas de uma ponta à outra, com guia privado. Em cerca de uma hora, e depois de me equipar com bata, touca e chinelos, percorri as várias etapas do processo de fabrico das célebres wafers que cá em casa levam sumiço num abrir e fechar de olhos. E descobri muitas outras variedades que ainda nem sequer cá existem. As bolachas Quadratini acabam de chegar aos nossos supermercados, mas há outras doces preciosidades, como as caixas de sortido em latinhas coleccionáveis, que ainda não temos a sorte de poder comprar. E depois de salivar com tanto wafer e de escutar autênticas odes ao cacau, ao açúcar, à farinha e à agua da região (um dos segredos do sabor destas bolachas), é claro que a visita à terminou numa verdadeira sala de tortura:  uma loja recheadinha de embalagens lindas de morrer que parecem gritar "Compra-me! Compra-me". E eu comprei. Várias... Pena só terem durado alguns dias. Se alguém for à Áustria, é favor avisar, sim?

Na região de Trentino/Alto Ádige existem várias cafetarias Loacker que servem
café, bolinhos, tartes, gelados e vendem caixas de wafers, ora bem.
Curiosamente, a grande atracção destas cafetarias, conhecidas por "Moccaria",
é o café expresso e o cappucino que vem sempre acompanhado por um "Quadratini".
Os meus preferidos são os de recheio de chocolate preto e garanto
que a partir de agora é assim que vou servir o café cá em casa.

Festa do Pão em Bressanone








Bressanone, para não variar, também é uma vila medieval repleta de ruas estreitas que rodeiam a Piazza Duomo. Tal como o nome indica, é nesta praça que fica a Catedral, famosa pelo seu claustro do séc. XII e pelos frescos do séc. XV. Mas há também outros edifícios imponentes, como palácios e palacetes. Não estava a contar era em apanhar o Mercado do Pão e do Strudel.  Foi uma bela surpresa. Confesso que os meus olhinhos gulosos saltaram de imediato! Eu que adoro pão (eu sei, eu sei, é um perigo para a dieta...) encontrei ali "n" variedades de pão escuro, com e sem sementes (e atenção que existem muitas, muitas variedades de sementes), doces, salgados, pequeninos, médios, grandes.... Pão para todos os gostos. Também encontrei várias bancas de tartes de espargos e strudel de maçã e strudel de mel ainda a fumegar (socoooorro!) E muita, muita cerveja para acompanhar os comes, ao som das ridículas danças tirolesas. Como eu adoro tropeçar nestes imprevistos. 



Sim, deu para experimentar vários pãezinhos em doses de degustação
amigas da balança.
As vendedoras envergam quase sempre os trajes tradicionais
O Duomo como pano de fundo
Estamos no Norte da Itália, mas parece que estamos na Áustria.
A História explica porquê.