Alton Towers- O maior parque de diversões do Reino Unido.



O Alton Towers é um parque de diversões com resort como nunca tinha visto. E já conheço uns quantos. Fica a uma hora e um quarto de distância de Manchester, na região de Stratffordshire, numa terreola para sul, chamada Stoke-on-Trent. O parque foi construído em redor de uma enorme mansão - Alton Towers - que faz lembrar os casarões de séries de TV como "Reviver o passado em Brideshead" e "Downtown Abbey". O casarão tem um relvado imenso à sua volta e nas extremidades deste relvado existem várias florestas. É no meio de cada uma dessas florestas que estão os divertimentos, afastados um dos dos outros por carreirinhos onde, enquanto caminhamos, quase nos esquecemos que estamos num mega parque de diversões, o maior do Reino Unido.



O monorail que traz as pessoas dos muitos
 parques de estacionamento até ao parque.

A entrada no parque pode ser feita a pé, caso se consiga estacionar perto da entrada principal. Quem estacionar mais longe ou quem, como foi o meu caso, ficar alojado no Resort pode apanhar o monorail até à entrada principal. Depois de entrar no parque existem várias áreas a visitar: Mutiny Bay (com o tema dos piratas), Katanga Canyon (com o tema de África) , Gloomy Wood,  Forbidden Valley, Dark Forest, Cloud Cuckoo Land (zona infantil). X-Factor, Adventure Land, Storybook Land, Old MacDonald's Farmyard e ainda várias zonas de restauração, vários jardins e um parque aquático. É mesmo grande e um dia inteiro não chegou para ver tudo. Mas quase.






Para mim, este divertimento, chamado Oblivion, foi o melhor de todos!
Uma queda a pique a uma velocidade alucinante! Adoro estas
descargas de adrenalina.




Nunca tinha estado num parque de diversões tão verde. E o teleférico
é excelente para encurtar caminho.

A vista do teleférico





Foi um dia muito bem passado. Conseguimos andar em imensa coisa, comemos bem (por incrível que pareça) e o tempo, para Inglaterra, não esteve nada mau. Só é pena que as diversões, mesmo em pleno fim de semana de Verão, fechem às 19h00. Foi uma das coisas que mais me incomodou em Inglaterra, os horários. Grunf...A parte positiva da questão é que  ainda tínhamos muita luz do dia pela frente, estávamos a cerca uma hora e um quarto de carro da cidade do Robin Hood - Nottingham - e foi lá que fomos jantar. 

Quem disse que Manchester é uma cidade sem interesse?


Desconhecia por completo que Manchester
tinha canais, tal como Londres.

Eu disse. Tinha a plena convicção de que Manchester era uma cidade cinzentona, com casas feiosas, todas iguais, poucos monumentos, fraca em arquitectura e com um comércio vulgar, mesmo sendo o berço dos computadores e dos caminhos de ferro. Mas enganei-me. De facto, quando não conhecemos um destino, criamos ideias na nossa cabeça com base em retalhos de imagens de filmes, essencialmente. As minhas expectativas foram mais que superadas porque adorei a cidade! De há uns cinco anos para cá, foram reabilitados vários edifícios antigos, desde fábricas, mercados vitorianos, armazéns, igrejas a estações de comboio, que hoje alojam condomínios, lojas, galerias de arte, bares, discotecas, restaurantes.... Existem mesmo prédios inteiros só de comércio alternativo, só de bares ou só de restaurantes. Tudo com muito boa pinta, principalmente ao final do dia, quando acedem as luzes, o que acontece quando alguns locais já começam a regressar a casa.  Junte-se a esta parafernália de locais de ócio uma das maiores universidades de Inglaterra - resmas e resmas de malta nova com as hormonas em polvorosa- e a cidade ganha uma vida fabulosa a partir das 19h00. Sim, porque é a esta hora que a malta toda vai para a "noite". Mesmo que em Junho, quando lá fui, o sol só desapareça por volta das 23h30....

Oxford Road

Uma das muitas discotecas da moda.
O novo Hacienda, na Chrales Street. um dos bares mais famosos
da cidade que em tempos detinha a marca Factory Records

O bairro gay da cidade começa (ou termina) aqui


Esta minha ida a Manchester foi o começo de uma viagem de 12 dias pelo norte de Inglaterra e Escócia. Manchester fica a cerca de 2h30 da fronteira escocesa e a umas 4h30 de Edimburgo. Depois de aterrar no aeroporto, fui levantar o carro que aluguei pela primeira vez através do Booking.com. Paguei 210 euros para 12 dias, um preço excelente só conseguido devido à antecedência da marcação, uns quatro meses  antes de viagem. Deixámos as malas no carro e fomos de comboio para Manchester dar uma voltinha e ter com um amigo meu, o B., um português que lá vive e trabalha há menos de um ano. Disse-nos logo que era de loucos levarmos o carro para a cidade (até porque nessa noite íamos dormir numa terra a  sul da cidade e a uma hora de distância) porque andava a tocha olímpica a circular pelas ruas da cidade. apanhámos um comboio para Oxford Street e passados 25 minutos estávamos no centro da cidade. E não só vimos a tocha olímpica, como a segurámos e tirámos várias fotos com ela.

Nesta praça , Albert Square, estava a terminar um concerto
para celebrar a passagem da tocha olímpica.
Toda a gente queria fazer a foto da praxe...

A igreja que se vê ao centro é agora uma biblioteca que pertence
à Universidade de Manchester: John Rylands Library. Estava fechada...
O interior é um assombro como  mostra a imagem de baixo.



Na cidade, edifícios antigos convivem lado a lado com outros mais modernaços. Gostei deste contraste.



Um antigo armazém da companhia ferroviária rodeado de edifícios
recentes, em Deansgate.  Hoje funciona como Shopping
e parque de estacionamento.

Não foi preciso passar muito tempo para perceber que gostava de Manchester. E tive a sorte de ter o B. como guia porque me levou aos sítios mais interessantes. Afinal, só tinha umas quatro horas para passear, embora soubesse que ia regressar no último dia da viagem. Adorei Castlefield, uma bairro que contém vestígios de um castelo, Deansgate, a zona mais boémia, e a China Town.

Um dos restaurantes mais "in" da cidade, o Dimitris, muito frequentado
por futebolistas.

Beetham Tower.  Dentro do efício existe um hotel Hilton, vários
apartamentos de luxo e um bar panorâmico no topo que está
sempre à cheio de gente. É  o maior edifício residencial da Europa.

Condomínio de luxo em antigas instalações fabris no bairro de Castlefield.

Junto aos canais de Castlefield existem vários bares com esplanadas




Restaurante à beira de um canal.

Como os dias são grandes, tivemos tempo para passear até às 21h00 e só depois fomos procurar um restaurante. Existem italianos e indianos ao pontapé. Fomos a um indiano com uma cozinha mais sofisticada, o Bollywood, e comemos muito bem por um preço perfeitamente razoável. Pelo caminho, fomos apreciando a agitação dos grupos de "bifas" que iam para a noite. Depois de ver umas quantas, percebi logo porque é que o B. está a gostar tanto da cidade. As mulheres andam quase nuas. Todas. ele bem me tinha dito que eu devia levar um vestido e sapatos de salto alto caso quisesse ir sair à noite. O traje oficial é vestido bem justo, bem curto e bem decotado, com sapatos de salto agulha, toneladas de maquilhagem e cabelos bem penteados. E de um modo geral, são bem feitonas e vistosas. E andam em grupos. Até fui bui boazinha e deixei o M. olhar à vontade.

O Arndale é o maior Shopping Centre da cidade. Fecha às 19h00....

Market Street, a principal rua de comércio. Está lá tudo o que encontramos
em Londres menos o Harrods. Tem Primark, Selfridges, Marks&Spencer,
Harvey Nichols and so on....



E agora seguem-se algumas imagens de Northern Quarter, o bairro mais alternativo da cidade. O Bairro Alto lá da zona, repleto de bares, restaurantes e lojas com artigos originais. O M. já me tinha falado do Afflecks, um prédio inteiuro só com lojas de roupa de jovens estilistas. Estive quase uma hora lá dentro, enquanto o M. se desgraçava a comprar música nas várias lojinhas de CD's e vinil. Entreti-me a ver roupa e adereços para todos os gostos possíveis: roupa gótica, burlesco, anos 50, rockeiro, punk, colegial... E poupei imenso dinheiro porque não comprei nada. E havia saldos com descontos entre 50 e 70%, não é como cá que os aldos na verdade, regra geral, não passam de promoções. Mas não estava em "modo de compras".





Imagens de algumas das lojas dentro do edifício Afflecks.








Enquanto o M. se continuava a desgraçar com mais compras (mas estava tão feliz) ainda fui ver mais umas quantas lojas de rua. Adorei esta, a Magma, que tem revistas de todo o mundo com um design editorial de babar!!! Tinha revistas só de texto e ilustração, algumas com formatos completamente fora do vulgar, outras que praticamente só tinham fotografias, e uma colecção fabulosa de livros de Design e Arquitectura. Tudo com preços puxadotes. Até estava na disposição de gastar umas massas em revistas, mas não consegui escolher e saí da lojas de mãos a abanar... A parte boa é que têm vendas online.









As arcadas dos viadutos dos comboios acolhem bares e restaurantes.

Alguns dos mercados vitorianos da cidade alojam comércio e restaurantes.
Este da foto aloja o MOSI, Museu da Ciência e da Indústria.

Um pouco mais afastada do centro, o edifício mais antigo da
Universidade de Manchester merece bem uma visita. Parece a escola
do Harry Potter. 

O pátio do edifício mais antigo da Universidade.
Valeu a pena ir ver a zona da Universidade só para ver este mega-caranguejo
 na montra do Museu da Universidade. Existem bicharocos como este nas águas
frias do Pacífico. Este foi apanhado no Japão....  Dá arrepios só de olhar. É enorme!


Depois de ir espreitar o mega complexo universitário, fui ver as ruas dos árabes, conhecidas localmente como "Curry Mile", que ficam na continuação da rua da Universidades, na direcção dos limites da cidade. Parece que entramos num outro mundo. Só se vêem mulheres tapadas, homens nas esplanadas a fumar chicha, lojas de roupa, lojas de jóias douradas e reluzentes e restaurantes e muitos placards escritos em árabe. Era um local que gostava imenso de ter explorado a pé e onde adorava ter jantado, caso tivesse ficado mais um dia na cidade. Consta que se come bem e barato. Mas não tive tempo e a verdade é que já tinha outro restaurante debaixo de olho. E não me arrependi nada da minha escolha.

Rua principal do Curry Mile



Quando saí da Curry Mile, já estava a escurecer um pouco. À medida que escurece, a cidade fica ainda mais atraente, porque tem uma dinâmica fabulosa. Pena que não tenha dado para explorar os bares e discotecas, mas viajava com crianças, não era de todo oportuno, nem tinha a vestimenta ofiicial do mulherio: vestido bem curto e justo e sapatos de salto agulha. Mas que fiquei com vontade de voltar, fiquei. Pela noite, pela gastronomia e também pelo comércio. Os bilhetes de Porto e Faro para Manchester, se comprados na Ryanair, até ficam baratinhos (também dá para ir de Lisboa a Liverpool pela Easyjet) . E de Manchester ou de Liverpool até à Escócia ou ao País de Gales é um pulinho.


Em Deansgate, as arcadas dos caminhos de ferro estão todas ocupadas
com discotecas à beira de um canal.

E claro, a visita a Manchester não ficaria completa sem passar à porta da antiga Hacienda, um local mítico onde várias bandas começaram a tocar, como os New Order, os Joy Division e os Happy Monday. E sim, vi o filme 24 Hour Party People e adorei. 




Outro edifício emblemático da noite de Manchester é o Printworks, um edifício inaugurado no ano 2000, com restaurantes, clubes, bares, cinema e ginásio.


Foi nesta praça - Exchange Square - que, em 1996, explodiu uma bomba
colocada pelo IRA. Não houve vítimas mortais mas os estragos foram enormes. 

E para terminar a estadia em Manchester em grande estilo, jantámos no Restaurante Coreano Ban Di Bul. Nunca tinha ido a um Coreano, por isso, quando me cruzei com o espaço na rua, ficou logo debaixo de olho. Fomos lá jantar com o nosso amigo B. que vive na cidade. De início, só eu é que estava entusiasmada com a ideia. Mas comemos tão bem que acabámos o jantar à conversa com as empregadas, já a fazer um mini plano de negócio e a desafiá-las para abrir um espaço idêntico em Lisboa. Não pegou... Mas imagino o sucesso que faria.




Termino o relato da minha estadia em Manchester com imagens de alguns pratos desta pérola coreana que tinha a particularidade de ter um fogão no meio de cada mesa. Alguns dos pratos, somos nós que cozinhamos. Ou seja, pagamos e ainda nos põem a fazer a comida. Mas foi, provavelmente, o dinheiro mais bem gasto em Manchester.