Rota do chocolate em Genéve





Em Genéve, não é preciso andar à procura das lojas de chocolate com assinatura porque a cidade é tão pequena que acabamos por esbarrar com elas sem querer. Cheguei mesmo a passar por algumas mais do que uma vez. Levava comigo uma lista com os nomes das sete lojas mais famosas e passei por todas elas. Os chocolates, juntamente com os canivetes, os relógios, os queijos e a banca fazem parte da imagem de marca deste país. No que refere aos chocolates, a tradição remonta ao séc. XVII, quando o cacau chegou à Europa. Mas as grandes casas só começaram a surgir no séc. XIX e XX. Muitas delas, parecem autênticas joalharias, tal é o requinte com que apresentam as suas colecções. Sim, é isso mesmo, colecções. Todas as casas apresentam linhas temáticas de chocolate que se inspiram nas estações do ano, em acontecimentos de destaque e também nos principais eventos que têm lugar em Genéve.  Ou seja, é um bom divertimento andar a ver as montras destas lojas. E é grátis.

Montra com o tema do grande Salão Automóvel de Genéve


A fama do chocolate suiço deve-se pois à tradição secular de grandes mestres chocolateiros e ao facto do chocolate de leite ter sido inventado neste país por Daniel Peter. E se até à Primeira Guerra Mundial, a maioria da produção de chocolate suiço era para exportação, hoje em dia os suiços consomem a maior parte daquilo que produzem. E sim, o chocolate é talvez a única coisa que se encontra bom preço porque tudo o resto neste país é estupidamente caro! Não se encontra um quarto de hotel  decente para dormir por menos de 100 euros, ir a um restaurante é um luxo e alugar carro também não é barato. Salvam-se os chocolates, que são baratos e são sempre um bom presente para trazer à família e amigos, e os transportes públicos da cidade que são gratuitos para os turistas.

Tablets e iPhones de chocolate



 A Casa de Chocolates Faverger foi a minha preferida. Fiquei a babar com o design vintage de algumas embalagens. E deixei lá umas boas massas em caixas de bombons e tabletes de chocolates. 





Tabletes de chocolate de um quilo...

Esta minha ida à Suiça aconteceu  apenas alguns meses depois de ter ido ao Japão e, bolas (para não dizer muito pior), o custo de vida não tem comparação! O Japão é um paraíso ao lado da Suiça. Nem entendo porque motivo dizem que Tóquio é uma das cidades mais caras do mundo. A habitação talvez seja, mas tudo o resto - hotéis, comida, museus, transportes - é uma pechincha e, em média, é até mais barato comer no Japão do que em Portugal. Genéve foi, sem dúvida, a cidade mais cara onde estive até hoje. Quem tem um bom emprego neste país, não sabe o que é o sol. Mas em contrapartida,  pode ir atrás dele durante férias a qualquer parte do mundo. 


Passeio em redor do segundo maior lago da Europa ocidental



O lago Léman formou-se  há cerca de 15 mil anos, depois da primeira era glaciar.
Hoje em dia, o seu jacto de água é o ex libris da cidade.

O Lago Léman, também conhecido por Lago Genéve, é o segundo maior da Europa ocidental, logo a seguir ao Lago Balaton, na Hungria. Parte do lago, cerca de metade, pertence a França. A outra parte pertence à Suiça. E foi precisamente na parte suiça que andei a passear num dia em que a temperatura rondava os cinco graus centígrados. Mas, devido ao vento, parecia estar ainda mais frio.Convém mesmo vestir um bom casaco, um gorro que tape as orelhas, luvas e cachecol, de modo a deixar apenas os olhos de fora. Genéve, mais propriamente a zona em redor do lago, foi o único local que visitei na Suiça, em finais de Fevereiro, onde me senti desconfortável com o frio. De um modo geral, a temperatura é bastante suportável e nas montanhas, que visitei mais tarde, dá mesmo para andar de manga curta, por estranho que possa parecer. Mas frio e ventos alpinos são uma combinação mortífera. A grande vantagem desta combinação, é o prazer de chegar ao quentinho do quarto do hotel ao final do dia e preparar um chá. Ou então comer alguns dos chocolates comprados numa das muitas lojas de mestres chocolateiros que encontramos pelo caminho. Que bem que sabe!

Um relógio feito com flores no Jardin Anglais, pertinho do lago (1955).
Jardin Anglais
É raro o prédio que não tem no seu topo publicidade luminosa a marcas
de relógios. Alguns dos prédios mais imponentes foram convertidos em hotéis.
São muitas espécies de aves que frequentam o lago.