Lago di Braies: um dos 297 lagos da região de Trentino.



O lago está rodeado de trilhos para caminhadas.
Durante o Verão, podem alugar-se barcos a remos para fazer passeios.
Este edifício histórico é o Hotel Pragser Wildsee, inaugurado em 1899
Está aberto todos o ano e oferece uma vista magnífica de lago e montanha.

Ao sobrevoar a região de Trentino deu para ver alguns dos 297 lagos que existem na região. Este foi o mais bonito de todos os que vi, o Lago di Braies. Fica a uns 10 minutos de carro de Dobiaco e a água é de de um azul turquesa maravilhoso. A paisagem lembra as tampas daquelas caixas de bombons antigas com retratos da Suiça. Mas estamos em Itália, embora quase só se ouça falar alemão. Ao longo de todo o ano, são muitos aqueles que procuram este lago para fazer caminhadas em seu redor ou para se instalarem no histórico Hotel Pragser Windsee, famoso por ter já alojado aristrocratas do Império Austro-húngaro e prisioneiros do campo de concentração de Dachau para aqui trazidos pelas SS.
No dia em que aqui estive, havia várias excursões da terceira idade a fazer caminhadas, com sorrisos estampados nas caras, quase todos artilhados com botas de montanhas, bonés, bengalas de apoio e mochilas às costas. Quando for velhinha, gostava de ter dinheiro e pedalada para os imitar.

Hotel Cristallo, um hotel tipicamente tirolês.


Vista da janela do quarto por volta das 9h00. Um manto de neblina cobre
o vale quase por completo.
A vista da varanda do meu quarto. Durante toda a noite, ouvia-se ao longe
o chocalhar dos guizos das vacas.



O Hotel Cristallo fica em Dobiaco, uma pequena vila tirolesa  a cerca hora e meia de carro de Bolzano (existe auto-estrada de Bolzano até Bressanone) e a 15 minutos da fronteira com a Áustria. É um hotel típico de montanha, bastante mais procurado durante a época alta, o Inverno, já que na região encontramos pistas de ski em todas (!) as vilas por onde passamos. Os quartos são todos forrados a pinho, com móveis de pinho e... cheiro a pinho, pois claro. O Hotel, como quase todos os seus concorrentes, dispõe de piscina aquecida, jacuzzi e sauna gratuita. E o pequeno-almoço não desapontou. Eu que adoro pão , tinha um autêntico buffet de pães de forma, pães grandes redondos de farinha escura com especiarias e sementes disto e daquilo, pãezinhos pequenos adocicados e croissants. E para acompanhar, iogurtes, muesli, frutas frescas, carnes frias e queijos da região, um leite que sabia a leite e manteiga quase tão boa como a da Bretanha. É engraçado que adoro ver uma mesa farta ao pequeno-almoço, mas depois como quase sempre o mesmo. Mas os olhos também comem, verdade?

Merano, a antiga capital do Tirol.

Merano é atravessada pelo rio Passirio
As ruas estão repletas de arcadas, perfeitas para abrigo em dias de chuva.
Loja de trajes típicos tiroleses
As carnes frias como o "speck" (bacon) são uma das especialidades da região.


Mercadinho de produtos típicos:pasta seca, ervas aromáticas queijos, azeite,
pepperoni, vinhos, leguminosas, compotas...Lá tive que gastar dinheiro...
O comércio é de uma qualidade surpreendente, tendo em conta que estamos
num vilarejo dos Alpes.



Esplanada com música ao vivo onde se serviam canecas
king size de cerveja. Afinal, isto já pertenceu à Alemanha.
A fachada imponente do Palace Hotel.

No século XIII, a cidade fortificada de Merano, na região italiana do Alto Ádige, era a capital do Tirol. No século XV, os Condes do Tirol transferiram o centro administrativo para Innsbruck e Merano perde relevância política, mantendo-se, no entanto, como uma vila onde residiam muitas famílias da nobreza tirolesa.   Por este motivo, Merano está repleta de mansões sumptuosas. Nos séculos XVII e XVIII, a cidade recebe uma vaga de refugiados que para aqui vieram em fuga a perseguições religiosas. No século XIX a cidade volta a ganhar um papel de relevo quando os administradores locais, juntamente com vários médicos residentes, destacam as virtudes das suas águas termais, fazendo deste um dos centros termais mais importantes de toda a Europa. Rapidamente surgiram edifícios e hotéis luxuosos, parques, jardins e a nobreza de Inglaterra, da França, da Prússia e da Rússia tornou-se clientela frequente em finais do século XIX e inícios dos séc. XX.. E hoje, claro, existem SPA's modernos com vários tipos de tratamentos de beleza. Mas o que me trouxe a esta vila não foram os palacetes nem as termas. Foi o Castelo Tirolo ao qual podemos ter acesso de várias formas: a caminhar desde o centro da vila, fazendo um percurso de cerca de meia hora de caminhada, apanhando um funicular, ou fazendo cerca de quatro quilómetros de estrada até à vila de Tirol (é este o nome) de onde se tem uma perspectiva geral do castelo. Foi esta última que escolhi.



As encostas que rodeiam o Castelo/Museu Tirolo (1240) estão cobertas de vinhas
e de pomares de maçãs. A luz vinda frente não favorece a imagem....


O Festival Internacional do Vinho, em Novembro, e o mercado de Natal são os dois principais eventos de Merano.


Qualquer recanto está devidamente ajardinado,
já para não falar dos canteiros nas varandas de
quase todas as casas

Uma das muitas lojas de produtos "gourmet" da região.


Como chegar a Merano? O aeroporto mais próximo fica a cerca de 30 quilómetros, em Bolzano.  Para quem vier de carro, Milão e Veneza estão ambas a cerca de  três horas de viagem. Mas consta que o caminho mais bonito (fiz uma boa parte desta estrada) é para quem vier da Áustria, atravessando várias aldeias típicas, passando por vales rodeados de montanhas, avistando lagos, mosteiros,  castelos e  campos cheios de vaquinhas. Sim, o aroma que predomina no ar é.... distinto.


Dolomites: Montanhas de inspiração.





Sei que ainda me falta conhecer muitos países. Mas cada vez mais, acho que Itália é o meu país de eleição. Arrisco dizer que nem é preciso levar um guia de viagem para poder esbarrar, a qualquer momento, com um monumento, ou um prato típico ou mesmo um pessoa com o dom de nos marcar de forma afincada e pela positiva. O último destino italiano que conheci foi a região de Trentino - Alto Ádige, onde ficam as famosas montanhas Dolomites, classificadas como Património Mundial pela UNESCO. E depois de passar três dias a passear em redor delas, deu para perceber porquê. As rochas escarpadas que as cobrem reflectem a luz do sol de uma forma que ofusca a vista. As estradas que as serpenteiam passam por campos verdes idílicos ponteados de vaquinhas e chalés de madeira com alpendres floridos. Aqui e acolá, surgem castelos pendurados em montes elevados. A qualquer momento, podemos esbarrar com a Heidi e com o Marco. E entretanto a máquina fotográfica vais disparando sem cessar, captando imagens de uma beleza imponente e quase perfeita. Parece mesmo que o Photoshop passou por aqui.

Praia de Akumal, onde nadar com tartarugas é grátis.





Nesta imagem dá para ver a zona de rebentação da água. É por aí que as
tartarugas andam, embora algumas andem mais próximas da costa.

Antes de chegar à baía de akumal, passa-se por esta loja que foi das melhores
lojas de artesanato mexicano que vi.


Akumal ficava um bocadito distante do meu hotel que era mais para os lados de Cancun. Demorei cerca de uma hora a chegar, de colectivo, tendo mudado de transporte em Playa del Carmen (Playa é a central dos colectivos e para ir de norte a sul ou de sul a norte da riviera maia é sempre preciso parar em Playa para mudar de transporte). Mas valeu a pena. A praia é lindíssima e tem poucos resorts. E os que tem ficam juntinhos à praia e estão rodeados de palmeiras. Um autêntico postal das Caraíbas. Se um dia voltar, quero ficar alojada nesta zona. Já tinha vindo espreitar esta praia uns anos antes mas estava um dia muito nublado. Desta vez, havia sol e a água estava azul turquesa, daquele azul que quase ofusca a vista. E estava decidida a comprovar se tudo o que tinha lido na net sobre as tartarugas desta baía era mesmo verdade. Os relatos que li no tripadvisor descreviam a facilidade em ver tartarugas, bastando nadar uns 20 metros em direcção ao recife de coral para as poder ver. E eu que sou uma maricas  (tenho muito respeitinho pelas profundezas do oceano), peguei no meu equipamento de snorkeling e fui nadar para sítios onde via outras pessoas paradas. Algumas chegavam de barco o que é perfeitamente ridículo porque pagam uma excursão que se faz a nado com a maior das facilidades. Já disse que sou uma maricas com o mar, não disse?  Adiante, nadei em frente e... lá estavam elas! A cerca de três metros de profundidade. Primeiro vi duas. Depois nadei para perto de outras pessoas e lá estavam mais duas. Depois vi outra. E mais outra. Enfim, para onde quer que me virasse, via  tartarugas. E por vezes, elas vinham respirar à superfície e faziam-me tangentes enquanto colocavam a cabecita de fora. Foi lindo! Sem dúvida, o momento alto da estadia na Riviera Maia. Melhor, só mesmo nadar com os golfinhos em Xel Ha. Been there, done that. E estas já ninguém me tira.

Playa del Carmen: A Albufeira da Riviera Maya



Muito curioso o nome desta casa de tacos....

Ainda não conhecia Playa del Carmen, apesar de ter estado lá perto uns anos antes. Mas com tanta coisas que há para ver - ruínas mayas, lagoas, cenotes - na viagem anterior acabou por ficar de fora. E não se predeu grande coisa, verdade seja dita. Mas desta vez tive tempo de sobra e fui dar uma espreitadela àquela que é a segunda maior estância turística da Riviera Maia. Já sabia que era um dos melhores locais para fazer compras juntamente com Cancun. E de facto tem imensas lojas com boa pinta, com artesanato original a bons preços. Tem também um centro comercial ao ar livre numa das pontas da vila com lojas muito boas. E muito caras. Mas só aqui vim para tomar um banho de multidão (às vezes sabe bem) e para sondar os preços dos ferry boats para Cozumel. Acabei por não ir a esta ilha porque as pessoas com quem fui falando me disseram que só valia a pena se fosse fazer mergulho e não consegui convencer o M. a ir explorar o fundo do mar. Depois de dar uma volta pelas lojas, de me cruzar com imensas famílias portugueses e de tomar uma banhoca na água quente mar (quente demais, até), regressei ao hotel, pagando 20 pesos/pessoa pelo trajecto de cerca de meia hora numa van colectiva. Uma pechincha estes "colectivos".

A bicharada do Hotel Valentim Maya


Houve um dia em que acordei, abri a varanda do quarto e dei de caras com este bicharoco a farejar a relva. Achei piada, fui buscar comida e tentei aproximar-me devagarinho. Nem passou um minuto e apareceram dezenas de outros. Na outra viagem que fiz ao México, há uns 3 anos atrás, só tinha visto iguanas. Mas desta vez não só vi mais bicharada como nadei com tartarugas e até pisei uma cobra! Era de noite e só a vi quando o M. me avisou que a ia pisar, mas já não fui a tempo de me desviar. Esperneei que nem uma louca enquanto corria, com medo de estar a fugir na mesma direcção da cobra. Foi um susto enorme, mas agora que já passou até foi uma experiência interessante. Já posso dizer que pisei uma cobra. E podia ter sido bem pior. Uma amiga minha viu tarântulas na Riviera Maia...  Eu odeio aranhas! O meu irmão já teve duas tarântulas no quarto do hotel, em Pipa (Brasil). E quando fui à Malásia, nas ilhas Perhentian, a minha cabaninha de praia, tão queridinha, tão típica, tão exótica, em harmonia com a Natureza... tinha um aranhão medonho na WC que saltou por trás do autoclismo. Fiquei paralisada de medo durante vários minutos, quis gritar e a voz não me saia. Nessa noite, perdi o sono, apesar de ter passado quase uma hora a tapar todas as frinchas da porta do WC com papel higiénico. Enfim, não existem locais perfeitos.


É normalíssimo avistar pelicanos 
Área reservada às tartarugas bebés na praia do hotel

Hotel Valentin Maya: Aqui está mesmo TUDO incluído.









O Hotel Valentin Maya, na Riviera Maia, como o nome indica, é, provavelmente, o hotel mais luxuoso onde já fiquei até hoje. E o vício das viagens já me fez conhecer uns quantos. Mas a verdade é que nunca tinha estado num resort tão grande, com tantos espaços diferentes, com uma praia privada tão grande, uma piscina gigantesca e um monte de serviços gratuitos. Outros tugas? Nem um para amostra. E crianças idem. Este é um hotel só para adultos, fortemente vocacionado para luas de mel. E acreditem que faz toda a diferença. Adoro crianças, mas confesso que soube bem estar de papo para o ar na piscina sem guinchos, nem gritarias e mergulhos-bomba, embora o facto de existir bar aberto 24 horas tenha contribuído para "infantilizar" alguns americanos e canadianos que, de vez em quando, se entusiasmavam a falar alto. "Oh my gosh" para aqui, "Oh Jesus!", para acolá. Tirando isso, foram dias e noites repletos de mordomias com todas as refeições incluídas, mini bar à descrição no quarto, room service 24 horas, pequeno-almoço na cama, espreguiçadeira na praia... Tudo isto em plena época baixa, ou seja, sem filas nem atropelos e com uns agradáveis 27 graus de temperatura exterior e a água do mar ainda mais quente. Uma verdadeira sopa. Mas nem tudo foi perfeito. Vamos aos defeitos deste hotel:
- Está demasiado longe da estrada principal. Sempre que quis sair (não gosto de estar muito tempo no mesmo lugar...), tive de pedir boleia até à entrada. Até aqui tudo bem, Mas ao regressar, demoravam tanto tempo para me irem buscar que acabei quase sempre por ir a pé.... Mais de um quilómetro à torreira do sol...
- Para hotel de luxo, a comida deixava a desejar... Neste aspecto, o Hotel Bahia Principe é bem melhor. O pequeno-almoço então nem se compara. Admite-se que um hotel de luxo não sirva sumos naturais ao pequeno-almoço? E que sirva batatas fritas congeladas?
- As caipirinhas eram tudo menos caipirinhas... Eram feitas com rum em vez de cachaça e com um sucedâneo de sumo de limão e uns cubos de gelo a boiar.... Imperdoável!
-  Ás 18h00 (já é de noite) os bares da piscina fecham e os restaurantes ainda não abriram. Era geralmente a esta hora que o meu estômago roncava de fome. Lá tinha eu de ir para o quarto e chamar o room service. O que vale é que o hotel estava quase às moscas e em meia hora lá aparecia um índio com um tabuleiro cheio de iguarias.
- Em todos os restaurantes onde comi no hotel (e são  vários, com comida japonesa, tailandesa, italiana, mexicana. etc) a música que se ouvia era sempre ....cubana! Hello? Isto é o México, certo?
- Fui pedir um adaptador de tomada emprestado porque o meu não funcionava e ... só os vendiam, emprestar, está quieto. Foi a primeira vez que me recusaram um adaptador num hotel. Já pedi no Japão, na Malásia, na Argentina e emprestaram-me SEMPRE.
-É obrigatório usar toilette ao jantar. O M. teve de ir comprar um pólo porque não levou nenhuma camisa e não usa pólos. Mas depois vi mais de um "Cámone" a jantar de t-shirt....

Coisas positivas:

- Adorei o quarto. Muito espaçoso e a cama e as almofadas eram estupidamente confortáveis.
-  A televisão tinha milhentos canais satélite (tudo em sinal aberto... tudo mesmo, até os canais de bolinha vermelha eram grátis...!)
- É tudo gratuito no hotel. O que está no quarto, o que se pede via room service e algumas actividades também.
- Uma vez por semana existe uma feira de artesanato dentro do hotel com algumas coisas diferentes do que vemos nas lojas. É claro que são muito mais caras, mas com alguma arte, bluff e sorrisos é ver os preços baixar de mansinho. Eu consegui baixar uns 40%.
- O pessoal que trabalha no hotel é todo simpático. É óbvio que têm todos instruções para nos cumprimentarem com um sorriso. Todos, sem excepção.
- A piscina é monumental! Disseram-me (mas não se pode acreditar em tudo o que nos dizem) que é a maior piscina de toda a Riviera Maia. Será? O que sei é que quando dizia ao M. :"Vou nadar daqui do meio até à ponta e volto já" demorava quase meia hora a ir e voltar. Um certo dia, houve um "cámone" que perdeu a aliança na piscina. Tanto quanto sei, não a encontrou.
- A praia é muito boa e sem rochas, ao contrário da praia do Bahia Principe. É bastante ampla, com areia branca e fofa e existem muitas cadeiras e sombras à disposição.
- O Hotel, como quase todos, tem um centro de protecção de tartarugas e como esta era a época da desova deu para ver algumas tartarugas baby que tinham nascido há poucos dias. Ainda fiz uma espera nocturna para ver se via alguma a desovar, mas não tive sorte... Mas depois vi umas 5 ou 6 (juro!) das grandonas, a meio metro de distância, enquanto nadava debaixo de água em Akumal. Lindo!