Um dia na capital mundial do Natal







Património Mundial da UNESCO, Estrasburgo é uma cidade francesa na margem esquerda do rio Reno, mundialmente famosa pelo seu mercado de Natal, o mais antigo de França (1570) e um dos mais antigos da Europa. Estava na calha ir visitar este mercado durante o meu périplo pelos mercados de Natal da Alsácia mas, uns dias antes de lá ir, fiquei a saber que havia ameaças de ataques terroristas e, como tal, a duração do mercado foi encurtada. Quando lá cheguei, na semana entre o Natal e o fim de ano, já não havia as famosas barraquinhas na Praça Kleber. Fiquei desapontada, naturalmente, mas ainda assim a cidade transpirava Natal por todos os poros: o pinheiro de Natal gigante estava montado na Praça Kleber, as montras, fachadas e árvores da cidade estavam decoradas a rigor, escutavam-se cânticos de Natal por todo o lado, os perfumes tradicionais das tentações doces pairavam no ar mas... havia militares nas ruas e praças armados com metralhadoras e acompanhados de cães-polícia ... Um cenário bizarro, fruto dos tempos em que vivemos, não é verdade? Mesmo sem mercado, foi um dia bem passado. A cidade é lindíssima, tem uma catedral incrível, um rio onde se podem fazer passeios de barco, praças bonitas um centro histórico muito bem preservado, La Petite France, que foi o local que mais gostei de visitar.

Estas bicicletas podem ser alugadas para explorar a cidade.
Praça Gutenberg. Johannes Gutenberg, criador da prensa móvel,
 viveu na região do Reno (1770-1844).

A majestosa Catedral de Notre Dame que levou 300 anos a
ser concluída, misturando estilo românico e gótico.
Um dos muitos vitrais da catedral


Um relógio mecânico fabuloso que atrai a atenção de todos
os visitantes. Todos os dias, ao 12h30, é possível ver
os apóstolos em movimento.




A casa mais linda que vi na cidade foi esta da foto, a Maison
Kammerzell, com uma fachada toda trabalhada. O R/C data
de 1467 e os restantes pisos foram acrescentados mais tarde.




A Catedral de Notre Dame é uma das mais imponentes que já vi até hoje. Durante vários séculos foi o edifício católico mais alto do Mundo. A partir do séc. XIX, as catedrais de Colónia e de Ulm destronaram este feito. Se por lá passarem, visitem o interior. Vale a pena ir ver o relógio astronómico e os vitrais. Mas o melhor de Estrasburgo, na minha opinião, é o coração histórico da cidade, La Petite France, repleta de casinhas medievais antigas outrora habitadas por tanoeiros, pescadores e outros artesãos. O nome deste bairro deriva da expressão "Doença Francesa" já que este bairro fica numa ilha onde no séc. XV havia um abrigo para doentes com sífilis. Na altura, Estrasburgo pertencia à Alemanha.
Atravessada por vários canais, La Petite France foi
classificada Património Mundial da UNESCO em 1988.


A maior parte destas casas data dos séc. XVI e XVII. Ao fundo, a ponte Faisan.



A Rua mais famosa deste bairro - Rue des Dentelles - onde fica
La Maison des Tanneurs (Casa dos Tanoeiros)





Ao fundo, uma das pontes cobertas da cidade.
É possível explorar Estrasburgo com a Batorama, uma empresa que organiza
passeios de 70 minutos ao longo de todo o ano e permite ver todas as
atracções da cidade, incluindo edifícios que acolhem instituições europeias..

Para acabar o dia em grande, deixámos-nos ficar até as iluminações de Natal estarem todas acesas. Se de dia a cidade já é bonita, de noite ganha encantos extra que ajudam a esquecer o frio que se faz sentir.










A barragem Vauban, que foi construída no séc. XVII para
 funcionar também como muralha defensiva.
Os 13 arcos da barragem estendem-se ao longo de 120 metros de comprimento.
Se estiverem a planear uma visita a Estrasburgo, um dia inteiro é suficiente para ver todas as atracções. Podem fazê-lo como eu fiz, a andar a pé, ou de bicicleta (Estrasburgo e arredores têm mais de 500 kms de ciclovias!), autocarro, mini-comboio e/ou barco. Podem até visitar esta cidade com partida em Paris, já que fica a apenas 1h50 de TGV. Façam como fizerem, tentem visitar Estrasburgo uma vez na vida, durante a quadra natalícia. São dois mil anos de história de uma cidade que combina de forma exemplar passado e futuro.

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