Cerca de 60 % dos casamentos japoneses são xintoístas, 30% são católicos e o restantes são budistas. |
Há sempre a alguém a compor o pesado traje da noiva. O chapéu branco simboliza a obediência da mulher ao seu marido. |
Se há programa obrigatório num domingo em Tóquio (mesmo sendo a minha segunda vez) é passar umas horas, senão mesmo um dia inteiro, no triângulo Templo Meiji / Rua Takeshita e jardins de Harajuku com a a sua fauna juvenil / Lojas de babar da Rua Omotesando. São tudo locais que pertencem ao bairro de Shibuya e que ficam a uma distância razoável a pé uns dos outros. Qualquer um destes locais deles garante doses generosas de espanto e contemplação a custo zero.
O meu domingo começou no Templo Meiji por volta do meio-dia, onde sabia que era certinho apanhar um casamento tradicional japonês. Tive sorte, apanhei logo cinco em simultâneo! Nem sabia para que lado me virar a tirar fotografias! Para onde quer que me virasse, lá estava um agrupamento de pessoas em redor de uma mulher vestida de branco. As noivas vestem-se com quimonos de seda branca - o shiromuku - por ser esta a cor do luto do Japão, simbolizando assim a morte dela para a sua família e a passagem para o clã do marido. Interessante... Aquele devia ser um domingo especial porque li mais tarde que os noivos costumam escolher datas relevantes do calendário japonês para casar ( normalmente, escolhem-se datas da Primavera e Outono). Para ajudar à festa, estava um dia lindo, cheio de sol, e uns agradáveis 24 graus.
As noivas usam maquilhagem branca, peruca e uma touca e os noivos usam uma réplica dos kimonos dos samurais do séc. XIX, com o brasão da família. |
Os casamentos tradicionais japoneses custam uma pequena fortuna. Enquanto em Portugal há quem consiga fazer uma festa decente por 15/20 mil euros, no Japão nunca custa menos de 50 mil euros e pode facilmente custar muito mais. As famílias, que muitas vezes combinam os casamentos entre si à revelia dos noivos (ainda acontece, por estranho que pareça) têm de poupar muito dinheiro para poderem comprar vários trajes de seda, já que é frequente a noiva mudar de roupa umas quatro vezes ou mais, consoante o seu status. Depois, há que pagar os álbuns de fotografias (bem maiores do que é costume no Ocidente), as ofertas aos convidados (peças de cerâmica, de um modo geral) e o banquete, ainda que as doses de comida sejam bem mais modestas do que nos casamentos ocidentais. Para este banquete, convidam-se mais pessoas do que para a cerimónia religiosa: amigos, vizinhos e colegas de trabalho.
A loja de souvenirs do Templo Meiji |
As placas de madeira contêm desejos e são compradas para depois serem penduradas nestes suportes. |
Barris de saké oferecidos por empresas japonesas aos templos na expectativa de virem a ter prosperidade nos seus negócios. |
O Tori (porta principal) do Templo Meiji |
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